1 de ago. de 2014

Adeus


" [...] E ele vai me empurrando para a porta, pedindo que me vá, e me expulsa para o corredor dizendo não esqueça então de mandar um cartão de Sri Lanka, aquele rio doloso, aquela tez azeitonada. Que aconteça alguma coisa bem bonita pra você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia. Me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe de minha boca esse gosto pobre de fracasso, de derrota sem nobreza. Não tem jeito meu companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando. A chave gira na porta. [...] "


Os sobreviventes de Caio Fernando Abreu

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